De Rafa Lima
Os trigêmeos sociais, Teodoro Armstrong, Ramiro Dubois e José da Silva Neto!, “chegou a hora que todos esperavam, meus irmãos”, Na real 3GS, três revólveres sobre a mesa, seis espaços para projéteis em cada tambor, apenas um preenchido em cada, 18 alternativas, se fossem até o fim, mas preferiram parcelar as vidas com o tempo, roleta russa fraternal para comemorar o triplo aniversário, 33 anos, oh, meu Cristo, “meus parabéns, irmão”, sarcástico, “meus parabéns, irmão”, irônico, “meus parabéns, irmão”, provocador, quarta vez consecutiva em que celebram a data de nascimento com catarse coletiva pré-suicida. Sim, sim, sim, trigêmeos de sangue, veja, são idênticos nos traços físicos, embora discrepantes nos adornos culturais sobre o corpo, ho, ho, ho, hi, hi, hi, ha, ha, ha, antes fossem essas as únicas diferenças!, mas os conflitos são ainda mais belicosos nas mentes, com a visão que carregam dos irmãos, com as cristalizações preconceituosas a que se acostumaram contra o próprio DNA, com a arrogância opressiva da luta de classes, urge que se mostrem as diferenças, mas não deixam, pois não querem se parecer uns com os outros, querem parecer e, quem sabe?, ser melhores (para o mundo e para si mesmos), Na real 3GS, o reencontro dos trigêmeos sociais separados na maternidade e criados como filhos únicos de famílias de classes díspares em conteúdo intelectual e ideológico, interesses, dinheiro, objetivos, expectativas, capacidade de reinvenção no mundo e mais e mais e mais, representa a contento o conflito de humanidade para a competição, ser humano é competir?, “tão conservador com a segurança da própria casa, tão casualista com o destino do planeta”, com que fundamentamos nossas cidades, estados e países, embate histórico intensificado no Século 21, “é meu, é meu, é meu, me dá, me dá, me dá, chega para lá que aqui não tem mais lugar, sabe onde tem água?”, primatas precoces com muito desejo e medo e solidão e melhor você e eu juntinhos, menina, e comida pouca meu prato primeiro e tira o olho da minha mulher, ou esse homem é meu!, que delícia!, só melhora! Projeto Na real 3GS! No primeiro ano, os trigêmeos sociais, deparados com a estranheza de não mais se sentirem únicos, viram-se reproduzidos de maneira ofensiva naquilo que sempre rejeitaram!, logo, a idéia da roleta russa pareceu sob medida, mãos trêmulas, trêmulas, trêmulas, cada um disparou contra a própria cabeça uma vez, plec, plec, plec, não houve tiro, frustaram-se, então, combinaram que ano a ano os remanescentes acrescentariam mais uma tentativa, “sabe como é, para dar mais graça”, “elevar o nível da aposta”, “que mania de apostar em tudo! Normalmente, eu ficaria de fora, mas que se dane!”, plec, plec, plec, nada!, segunda rodada, plec, plec, plec, “que merda! Mais um ano de espera! A não ser que...”, “a não ser que nada, no ano que vem a gente se encontra de novo”, “vamos respeitar o combinado”, o tempo é um tubarão, ataca por hábito, mas os trigêmeos sociais chegaram ao terceiro ano, plec, plec, plec, nada!, segunda rodada, plec, plec, plec, “parece que não querem mais separar a gente”, “falou o grande visionário”, “cala a boca e segue”, terceira rodada, plec, plec, “espera, estou sentindo que é agora na sua arma!”, plec!, “que porra! Jurava por Deus que você estava morto”, “eu jurava por você que Deus estava morto”, “mais respeito!”, até hoje, quarto ano, “é hoje o dia da alegria!”, doze chances de explodir a cachola diante dos irmãos, Na real 3GS!
Continua já, já...
Cinemateca do Rafa (2)
Tudo sobre minha mãe (Todo sobre mi madre)
Direção – Pedro Almodóvar (1999)
Tem que ser muito macho para ser uma mulher do Almodóvar! Se hoje em dia o cineasta espanhol é conhecido no mundo todo pelos filmes mais recentes que misturam uma sensibilidade fora do comum com um tempo de comédia delicioso, é aqui que ele faz a ponte entre as comédias piradas e os filmes gays com as produções de maior sucesso, com um elenco e tanto, Cecila Roth, Penélope Cruz, Marisa Paredes, é uma declaração de amor às mulheres, tão contraditórias, apaixonantes e psicóticas, mas sobretudo é uma homenagem comovente nada, nada piegas àquela que carregou você na barriga por tanto tempo e de alguma forma ainda carrega. Se você um dia sonhou em ser escritor também vai ter surpresas. Que rico!
Luv ya, mama!
Era uma vez no oeste (Once upon a time in the west)
Direção – Sergio Leone (1968)
Nunca gostou de faroeste? Acha que o gênero se resume a bang bang de mocinho contra bandido? Essa obra prima do cinema prova o contrário, uma trama psicológica intensa com personagens complexos, onde não se sabe bem quem é bom ou mau, todos são muito humanos, ou seja, com fome da carne alheia, de se sobrepor, de devorar o cotidiano, sem falar na força do personagem feminino num mundo supostamente feito para homens, sujeitos que moldam o imaginário popular a respeito da construção da civilização na área mais mitológica dos Estados Unidos! Que filmaço, se você não viu, está perdendo tempo! A cena de abertura é a mais sacana da história, garanto.
Futebolé (2)
Sim, o Vasco caiu, mas quem estava meio morto, meio adormecido, anestesiado ao extremo, agora vai despertar na porrada, voltar a ser grande de maneira épica. O gigante não passa a medir menos porque tomou um tombo.
Desde que eu comecei a acompanhar futebol, molecote curioso, em 1987, nenhum outro clube carioca conquistou tantos títulos quanto o Vasco, portanto não me venham encher o saco!, 1 libertadores (1998), 3 brasileiros (1989), Sorato pra cima do São Paulo no Morumbi, Sorato, Sorato!, (1997), Edmundo, assassino de urubu, naquele ano foram várias goleadas pra cima deles, (2000), Romário, Juninho Pernambucano, Juninho Paulista e companhia, 1 Mercosul (2000), na maior virada da história de qualquer partida final, contra o Palmeiras no Parque Antártica, perdendo o primeiro tempo de 3x0 virou para 4x3 no segundo, 7 cariocas (1987-1988), os flamenguistas lembram do Cocada?, o lateral que entrou aos 42 minutos do segundo tempo quando estava 0x0, fez um golaço aos 44, arrumou confusão e foi expulso aos 45!, o tricampeonato (1992-1993-1994), tri, tri, o Vasco é tri, tererê, (também 1998/2003), 1 Rio-São Paulo (1999), então quem quiser tentar diminuir a grandeza desse clube, mutilado na era Jabba the eurico, pense duas vezes!
O sentimento não pode parar!
Veja Simpsons, leia Nietzsche, ouça Beatles, faça amor, que 2009 seja felizmente fora do comum, volte sempre ao Fantástico mundo do Rafa! No war!
Aventura fantástica (1)
A Harmonia do Pentagrama, as cinco classes dos magos da Terra do Povo
Os magos eram fenômenos da natureza que assumiram a forma humana com o propósito de criar uma nova raça. Antes de sua chegada havia apenas a majestade do planeta em estado primitivo com seres vivos em primários estágios de evolução. Quando pela primeira vez os Representantes da Criação usaram o corpo físico do animal racional, haviam sido transcorridas as iniciais horas dos raios de Sol e do brilho da Lua sobre a Terra, da transparência das ondas dos mares, do calor das dunas dos desertos, da grandiosidade imóvel das montanhas, da metamorfose de cores e de formas sobre o céu e do vagar silencioso da escuridão. A infância do mundo chegara ao fim. Era necessário um novo encontro dos elementos da natureza.
A Harmonia do Pentagrama fora formada por cinco classes, os Magos das Águas, os Magos do Fogo, os Magos da Terra, os Magos do Ar e os Magos do Vazio. Cada classe enviara dois representantes, um masculino e um feminino, para o Ritual Orgíaco de Criação Divina que ofereceu o Direito da Existência à nova espécie. Cinco magos e cinco magas de mãos dadas formaram o Círculo da Vida. Era noite de Lua cheia, e a cerimônia mágica durou até o despertar do Sol.
Os Magos das Águas enviaram Tuuzunuur, que significa no idioma da criação do mundo alma do oceano, e Luuqubuur, com o significado beleza das ondas. Os dois magos eram de estatura grandiosa e vestiam longos mantos brancos. A textura da pele era líquida de aparência translúcida, e os cabelos ostentavam longos cachos azuis.
Os Magos do Fogo foram representados por Dowoko, que tem o sentido de caminhos iluminados, e Sogmodo, que quer dizer olhos em chamas. Os dois magos eram de estatura baixa, mas emanavam ao redor dos corpos uma luminescência solar. Trajavam uma longa veste amarela que lhes cobria a pele dourada e os cabelos ruivos.
Os Magos da Terra enviados eram conhecidos como Gitinirnimi, que tem o significado fortaleza corporal, e Hidiniri, que traduz a expressão determinação da montanha. Os dois magos eram negros de rostos largos, olhos e cabelos escuros e pescoços musculosos. Vestiam trajes compridos cor-de-terra e caminhavam com passos pesados que ecoavam.
Os Magos do Ar se chamavam Reecemepe, que quer dizer frutos da fé, e Weeneqe, significando pensamento das árvores. Os dois magos tinham corpos bastante morenos que ressaltavam a magreza de suas formas. Os olhos e os cabelos eram incrivelmente negros e brilhavam como a noite. Cobriam-se com os trajes mais verdejantes que já se viu.
Os Magos do Vazio se fizeram presentes através de Qafpaar, que tem o sentido de morte pacífica, e Babnaat, que significa amor ancião. Os dois magos eram indivíduos albinos. Os corpos não apresentavam pigmento algum. Pareciam seres feitos de neve. Os rostos eram finos, as unhas compridas e os longos cabelos brancos atingiam o meio das costas. As vestes de cor preta eram as mais longas entre todos os magos.
O Ritual Orgíaco de Criação Divina estabeleceu a reunião das benções da natureza, representadas pelos cinco magos e pelas cinco magas da Harmonia do Pentagrama...
Continua...
Enquanto isso em Pessoinhas
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13 comentários:
Com a corda toda em 2009!
Conteúdo criativo e diversificado para diferentes públicos.
Próxima atualização no domingo à noite, beijocas, aproveitem e peçam o que quiserem mais,
always a pleasure!
Rafa
Quanto material novo, a aventura fantástica é especial para os fãs do senhor dos anéis?
A sua mente é mesmo muito criativa!
Rapaz, o que está tentando provar? Que tem uma mente brilhante? Bom demais todo o conteúdo do blog. É isso aí, contra mais uma guerra! Abraço.
achei seus comentarios de futebol ridiculos como sempre
mas tranq
vc nao entende nada de futebol
fica com seu vasquinho na segundona,
Bem vindo ao mundo mágico de 2009.
Aqui a gente não pode piscar que já perde um monte de coisas! trigêmeos sociais numa roleta russa?? isso é quase um filme experimental-cult-baixo-orçamento! Aguardo continuação pra me pronunciar melhor.
Quanto aos magos, adoooooro! mas vindo da sua criatividade suspeito que eles não terminarão salvando ninguém...
beijos!
Quanta produção, muito bem! Vai ser assim toda semana ou é só empolgação de início de ano. O quadrinho está cada vez melhor, o seu desenho é bem divertido. Nem curto futebol, mas aodro histórias de magos e criaturas fantásticas. Um beijo.
Faltou a fantástica ida do Vasco para a segunda divisão perdendo para o Vitória com gols de Leandro Domingues (Leandro Domingues?) e Adriano (Adriano?)!!!
que maravilha, rafa!
fiquei tranquilo que este peixe aqui já está fisgado!
seu blog está em meu delicious e leio sempre
grande abraço e parabéns pela boa cabeça que tem, com ótimas idéias e visões das coisas..
É isso aí, meu amigo.
O sentimento não pode parar. Vamos voltar a vestir a camisa!
VASCO!
Muito bom o novo conteudo rafa, continue assim!
hehehe, quanta coisa! Ironia bombando, safado.
Rafa, está faltando vc inventar um dialeto para os magos rs. Go Tolkien!
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