Parte 4 de 4 do conto (final explosivo) Acesso, você quer, você quer, você quer (A farra dos trigêmeos sociais)

De Rafa Lima

Ramiro desmonta o monstro esquizofrênico de três cabeças, sociedade implica em parceria, “chega!, cansei de não ser ouvido, eu só quero ser respeitado e admirado pela liberdade de fazer escolhas diferentes das suas!”, arma no rosto, “vou morrer agora!, adeus”, plec, nada!, solta o revólver sobre a mesa como criança que cansou do brinquedo, cobre o próprio rosto com as mãos, Teodoro fica puto, “correu da discussão, artista?”, escárnio, “viadinho, viadinho, via-di-nho!”, “pára, Teodoro”, “não se mete, Zé”, o irmão da classe média observa o irmão rico que insiste, “viadinho!”, revolta, raiva, desprezo, posse da arma de novo, Ramiro aponta para Teodoro, aperta o gatilho, plec, nada!, reação, “filho da puta desleal!”, Teodoro aponta para Ramiro, aperta o gatilho, plec, nada!, “parem com isso, seus dementes!”, não param, plec de um lado, nada!, plec do outro, nada!, patetas em desespero diante da marca do pênalti, a morte, de repente, pow!, o tiro, a fumaça, o cheiro de pólvora no ar, afinal, o grito de dor, “o filho da puta acertou a minha orelha! Filho da puta”, sangue, Teodoro desaba no chão, soltando o revólver, Ramiro se aproveita, dois revólveres, um em cada mão, José começa a rir, “você atira muito mal, irmão!”, as duas meninas bêbadas e drogadas em excesso no sofá despertam num susto com o disparo mas logo voltam a dormir, Teodoro esperneia com a mão sobre a orelha estraçalhada, sangue na mão, na camisa nova, no carpete, José gargalha, Ramiro pistoleiro retardado, “chega, chega, desse jeito vocês vão me matar de rir”, “pára de rir, seu porteiro de merda, o filho da puta atirou na minha orelha”, “vem, Ramiro, larga essas armas, vamos levar o Teodoro para o hospital”, Ramiro petrificado como se os revólveres fossem extensões das mãos, “larga, Ramiro, já acabou!”, lentamente, ele obedece, “vamos rápido, seus idiotas, estou perdendo muito sangue, deixa ele aí, cacete!”, “calma, Teodoro, vai dar tudo certo, depois disso tudo pela primeira vez temos uma chance de nos entender”, “pára de viadagem, Zé, vai bancar o filósofo agora?, vê se a carteirinha do plano de saúde está na minha carteira, rápido!”, “está, não vá fazer nenhuma bobagem, Ramiro, toma conta dessas meninas aí no sofá, se elas acordarem, manda embora”, um sopro de voz em resposta, “beleza”, José e Teodoro disparam corredor afora, “ação, ação, porra!”, Ramiro pega novamente os revólveres, que atração gaúcha!, e sentado no sofá encontra espaço entre as mulheres que ali dormem e rapidinho nele se aconchegam, de frente para o mar carioca, solitário em sentimento como um paulistano, silencioso como um mineiro, estóico como um paraibano, começa a refletir sobre o futuro da sociedade e como seria viver sem estereótipos, vida entrelaçada, vida misturada!, vida plural!, mas logo se recorda dos revólveres, das mulheres e do território conquistado a manter e expandir, do que precisa mais, não é mesmo?

Fim (por enquanto)
Pela redescoberta e valorização da literatura brasileira!
Contra o apartheid cultural

Encantador de serpentes (1)
5 músicas para melhorar a sua semana

1- Where is my mind – The Pixies
Clássico do Pixies, muito bem utilizado na trilha sonora de um filme polêmico com Brad Pitt e Edward Norton. Saqualé? Rock on!
2- Whistle for the choir – The Fratelis
A banda escocesa The Fratelis se notabilizou ao lado do Franz Ferdinand pela pegada dançante indie em terras bretãs. Por aqui é menos conhecida do que deveria. Essa é uma baladinha bem levadinha. Não tem como não gostar.
3- Expresso da elétrica avenida – Nação Zumbi
Nação Zumbi com elementos eletrônicos, mas sem perder a levada mangue, guitarra, xequerê, agogô, baixo boladão, muito mais, Kassin no game boy beat, vocal do caralho do Jorge Du Peixe.
4- Nervos de aço – Paulinho da Viola
Música do Lupicínio Rodrigues, lá dos primórdios, belíssima regravação que traz uma estranha paz.
5- Brand new start – Little Joy
Letra sob medida para quem está iniciando nova fase na vida. Dor de cotovelo de cu é rola, o tubarão continua nadando, sempre. O Almirante é mesmo um espertalhão da melhor qualidade!

Veja a Cinemateca do Rafa e o Futebolé nos números anteriores na barra ao lado. No pé de página dessa edição, divirta-se com o quadrinho sarcástico Pessoinhas

Aventura fantástica (4) Parte final da história
A Harmonia do Pentagrama, as cinco classes dos magos da Terra do Povo

Os integrantes das cinco classes dos magos da Terra do Povo decidiram se refugiar em cidadelas ocultas ou em reinos invisíveis. Os Magos das Águas, batizados pelos ciganos de Purificadores da Alma, ocultaram-se a sudoeste de Zutolifeca na cidadela-fortaleza subaquática Munguur, a cidadela perdida. Os Magos do Fogo, que na nomenclatura cigana eram conhecidos como Iluminadores do Destino, passaram a viver em um local a sudeste de Zutolifeca, um esconderijo no meio de uma tempestade infinita no Deserto do Sol Vermelho, chamado Focomoro, a cidadela de areia. Os Magos da Terra, chamados pelos ciganos de Curandeiros da Montanha, ocuparam uma cidadela enterrada na Montanha Ancestral a noroeste de Zutolifeca que tinha o nome Libinirlibiniri, o reino dos reis sem rei. Os Magos do Ar, ou Senhores dos Ventos como o povo cigano se referia a eles, encontraram abrigo a nordeste de Zutolifeca na Floresta Planetária e criaram o invisível Geenefete, o reino das árvores eternas. Os Magos do Vazio, que receberam dos ciganos o nome Conhecedores do Silêncio, estabeleceram-se ao extremo norte de Zutolifeca, encobertos pela escuridão da inexpugnável Cahmaad, a cidadela das trevas.
Durante diversos milênios, os magos possibilitaram aos seres humanos o privilégio da sabedoria da natureza, mas os conceitos de vida destas pessoas confrontavam os interesses dos novos governantes. Optaram por refugiar-se em locais ermos estrategicamente posicionados, a sudoeste, a sudeste, a noroeste, a nordeste e ao extremo norte da capital da Terra do Povo. Decidiram oferecer outra chance aos humanos, pois não desejavam aniquilar as criaturas que ajudaram a criar e a desenvolver, caso contrário, Peopleland, a antiga Terra do Povo, seria sacudida pela fúria de potentes terremotos, de tempestades de chuva e neve, de furacões destruidores e de maremotos que aniquilariam com a arrogância dos Seres Superiores. A temperança e a paciência se fizeram presentes. Os magos preferiram esperar.

Continua na próxima história...

O sentimento não pode parar!

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Veja Simpsons, leia Nietzsche, ouça Beatles, faça amor, que 2009 seja felizmente fora do comum, volte sempre ao Fantástico mundo do Rafa!

Enquanto isso em Pessoinhas



Parte 3 de 4 do conto Acesso, você quer, você quer, você quer (A farra dos trigêmeos sociais)

De Rafa Lima

O caos se faz humano, três raivas, três armas, três crânios, mesmo instante, plec, plec, plec, nada!, nada!, nada!, Deus está na comunicação, um celular toca, mas ninguém atende, falam mais alto, rugem em palavras que não se fazem ouvir, só querem se impor, o grito, o berro, o urro, assemelham-se tanto nesse momento eterno, tornam-se um só, um só monstro de três cabeças, três mentes, três julgamentos, teto de vidro na alma?, acusam-se, dedo no gatilho da língua, “acesso, você quer, você quer, você quer, pela ordem, irmãos excelências!, você quer pagar mais caro em qualquer produto porque quer crer que a sua vida tem mais valor do que as outras, você quer fingir ser uma fortaleza moral para tentar exercer um controle invasivo no comportamento de quem o cerca, você quer sensibilizar o mundo com seus afetos porque não aprendeu a ser forte, você quer ter o direito de virar o rosto e agir como se problemas sociais não fossem responsabilidade sua também, você quer convencer o mundo de que a sensibilidade não é força, você quer ser visto debaixo para cima enquanto se mantém trancado na torre do conhecimento, você quer ser prático e arrogante o bastante para não aceitar uma revolução no Brasil através da educação, você quer se sentir o maioral porque o que interessa está no bolso e no banco, você quer ser tratado como gênio de talento quando na verdade não passa de um preguiçoso acomodado em sonhos irreais, você quer proibir, você quer liberar, você quer proibir e liberar de acordo com seu interesse do momento, você quer que as pessoas se matem de trabalhar para consumir as balelas que você produz, você quer lucro grande, casa grande, carro grande, um implante de pênis também é bem-vindo ao machão, talvez com 32 centímetros de pica você se sinta mais à vontade, vai deixá-las esfoladas, arrombadas, submissas e satisfeitas, que profundo conhecedor da alma feminina você é!, né, não?, você quer bancar o bonzinho, lobo em pele de cordeiro, para conquistar as mulheres pela tristeza porque não é homem o bastante para cativá-las pela alegria, você quer ser respeitado quando não consegue conjugar um verbo corretamente, você quer ser admirado pelo seu populismo, você quer ser admirado pelo seu ar esnobe, você quer ser admirado pelo seu refinamento, você quer convencer a todos de que igualdade social é uma utopia banal que não combina com o ceticismo e o cinismo necessários ao cotidiano, igualdade social faz de todos mendigos!, né, não?, você quer convencer a todos de que é mais inteligente e mais admirável por isso, você quer fazer parte de clubinhos para pessoas especiais, você quer ser dono de clubinhos para pessoas especiais, você finge que não quer ter acesso a clubinhos para pessoas especiais, você quer convencer a todos de que o mundo seria melhor se fossem todos iguais a você!”.

Continua no final explosivo...

Cinemateca do Rafa (4)

Filhos da esperança (Children of men)
Direção – Alfonso Cuarón (2006)
A humanidade parou de se reproduzir. O mundo assume características ainda mais caóticas. A perspectiva de vida mudou sob a ótica individual. Grupos ativistas prosseguem com batalhas que parecem não ter fim, nem muito sentido. O governo desgoverna mais do que nunca. Soa como a sinopse de um filme futurista com enfoque apocalíptico, muita ação e crises políticas diante de um cenário de total desesperança, só que é muito mais, muito mais mesmo! Roteiro e direção magistrais para um ensaio sobre a mais absoluta solidão, a crença no que restou na caixa de Pandora, ainda há a tal da esperança, a esperança de que a beleza da vida ainda se sobreponha à barbárie e à burocracia humanas. Com Clive Owen, Julianne Moore e Michael Cane. Goodbye, Ruby Tuesday!

Curtindo a vida adoidado (Ferris Bueller´s day off)
Roteiro e direção – John Hughes (1986)
Não adianta dizer que não passa de comédia pipoca, porque esse filme mistura aventura, senso de humor, um refinamento acima da média para produções do mesmo tipo e mais uma trilha sonora totally kick ass, sobre o dia de alforria de um trio bem particular, Ferris, Sloane e Cameron, matando aula e tentando cada um a seu modo aprender a enxergar a vida com prazer antes da inevitável transformação no robozinho pragmático da sociedade, honorável cidadão de bem. As dublagens de canções eternas como Danke shoen e Twist and shout feitas pelo personagem cheio de carisma de Mathew Broderick já valem o filme. Bom demais também quando ele conversa com o espectador. Sem falar no diretor da escola neurastênico em obsessiva perseguição. Oh yeah! Para assistir umas vinte vezes ao longo da vida.

Estrada perdida (Lost highway)
Direção – David Lynch
Você abomina os filmes metidos à besta do David Lynch? Ele faz filmes para uma elite intelectual pernóstica? Os filmes dele dão a sensação de que são sem pé nem cabeça no final das contas? Que tal abandonar a lógica cartesiana de resultados e encarar a obra com uma visão mais aberta e aceitar que a complexidade nem sempre oferece respostas prontas? Que você tem que misturar a sua subjetividade de espectador à linguagem do diretor para numa visão pessoal da coisa encontrar uma interpretação, muito embora exista uma lógica lynchniana com que você não deve se preocupar. Esse filme aqui é um suspense policial ótimo, onde o diretor começa a brincar com a idéia de duplo, transposição de identidades e outras maluquices que você não precisa conhecer para apreciar. Não veja os filmes de David Lynch, sonhe-os além do que a sua mente está acostumada a permitir.

Atlas Punk (2)

- Adeus, Bush! (Olha o Sapato!). Que a humanidade não permita que novos acéfalos homicidas tenham a chance de assumir tamanho poder! Volta para o seu emprego de personagem da Revista MAD! (Ele é a cara do Alfred Newman!).
- Que em suas escolhas o Obama seja mais iluminado! (Not in a Nicholson/Kubrick´s way!).
- Mil palestinos mortos (sendo 1/3 de crianças) contra 13 soldados israelenses vitimados pela estupidez humana. Isso não é guerra, é massacre!
- Enquanto isso, Lulinha paz e amor se diverte contando anedotas com Hugo “finjo ser Fidel” Chavez e dando asilo político usando de dois pesos e duas medidas, vide os casos do italiano que aqui recebeu proteção e dos atletas cubanos que foram convidados a se retirar do Brasil.
- Em liquidação: Citygroup, Bank of America, Deutsche Bank, a Argentina.

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Futebolé (4)

- Zero Berto no Flamengo, Rodrigo Pimpão no Vasco, Leandro “Nuvem negra” Amaral no Fluminense e a dupla Renan e Reinaldo no Botafogo! Acredito que esse vai ser um dos campeonatos cariocas mais engraçados dos últimos tempos. Se bobear, o Viola com 40 anos vai fazer gol de voleio no Maraca pelo Duque de Caxias.
- R$ 400 milhões é a estimativa da nova obra no estádio e no entorno do Maracanã para receber a Copa de 2014. Será que vai ser tipo a Cidade da Música?
- Torço para que o Ronaldo retorne ao futebol com o talento que todos conhecem, pois parafraseando uma recente declaração do Romário “tem muitas pensões para pagar”.
- O que será que o Dunga anda aprontando? Há muito tempo não se ouve falar dele. Eparrei, fecha o corpu du mininu! (Dá uma baforada no charuto e solta a fumaça no ar).

O sentimento não pode parar!

Veja Simpsons, leia Nietzsche, ouça Beatles, faça amor, que 2009 seja felizmente fora do comum, volte sempre ao Fantástico mundo do Rafa! Veja Pessoinhas no final da página.
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Aventura fantástica (3)
A Harmonia do Pentagrama, as cinco classes dos magos da Terra do Povo

Gerações sucederam umas às outras por séculos. As primeiras comitivas ciganas chegaram à Terra do Povo e com o passar dos anos o povo nômade se tornou parte da paisagem da região. Os magos eram seres que inspiravam profundo respeito. Os desígnios da Harmonia do Pentagrama atravessaram as fronteiras do tempo e adquiriram dimensões eternas nos corações e nas mentes de pessoas amantes da natureza. Através de milênios, o objetivo supremo do ser humano fora a comunhão do espírito com a maravilha natural terrestre ao seu redor. As cinco classes de magos da Terra do Povo zelavam pelas obras divinas, transmitindo sabedoria e conhecimento aos mais jovens para que as pessoas pudessem encontrar em mergulhos no interior de si mesmas o ponto de equilíbrio de suas vidas. A natureza seguia o seu curso, quando foi interrompida.
A Era Ultramodernóide do Regime Superior teve início, e os magos foram banidos. A capital da Terra do Povo, Badenirovu, que no idioma da criação do mundo tem o significado de província pacífica, onde habitavam nativos miscigenados, magos e ciganos, foi dominada pelos mercadores da guerra. A transformação aconteceu de maneira drástica, porque poucos foram os cidadãos que não fugiram diante das explosões causadas pelos disparos das invasoras máquinas de destruição. Durante o período de ocupação dos soldados do Exército Soberano, os magos se referiam à capital da Terra do Povo como Zutolifeca, que quer dizer lar dos mortos-vivos.

Continua na parte final...
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Enquanto isso em Pessoinhas








Parte 2 de 4 do conto Acesso, você quer, você quer, você quer (A farra dos trigêmeos sociais)

De Rafa Lima

Três cadeiras, três revólveres verificados pelos trigêmeos sociais sobre a mesa de pano verde felpudo, duas mulheres dormem no sofá, uma seminua, outra envolta em sobretudo preto, as demais se mandaram, “são uns loucos!”, “você viu o que ele fez comigo?”, “um deles era bem sensível”, “sensível? Você chama isso de sensível?”, “aposto que vai ficar bem roxo”, “adorei conversar com ele, de verdade”, “detesto ficar marcada”, por sorte ou cansaço, algumas mulheres conseguem se livrar do domínio massivo dos homens, às vezes, sem perceber, “eu quero outro pai! Ai, não quero mais! Volta, amor, volta! Não agüento mais! Você me dá medo! Você me dá segurança! O seu desejo me espanta! Não quero mais viver sem você! Você não serve mais”, porra!, duas garrafas de uísque, uma de tequila, todas vazias, um balde de gelo em estado já líquido, música no ar, seqüência programada por DJ esquizofrênico que mistura referências dos três irmãos, Beatles, Wagner, Eminem, Caetano Veloso, The Strokes, Zeca Pagodinho, Pink Floyd, Amy Winehouse, Los Hermanos, Frank Sinatra, Rage Against The Machine, Beethoven, Ivete Sangalo, Ennio Morricone, Racionais MCs, Paulinho da Viola, Nação Zumbi, Snoop Dogg, Johnny Cash, MC Catra, Ramones, Tim Maia e mais e mais e mais, cubo mágico de sabores para a mente, pragmatismo democrático para o evento de violência transcendental de volta hoje ao apartamento de Teodoro Armstrong na Avenida Delfim Moreira, no Leblon, onde o inverno é aquela baboseira toda, “a vista é bem melhor do que nas casas de vocês, vamos falar sério!”, “vá se foder, riquinho escroto!”, “chega de brigas, vamos começar!”, bêbados, explosivos, carentes de sabe-se lá o quê!
“Acesso, você quer! Pela ordem, irmãos-excelências!”.
“Como é irônico chamar um fudidaço semi-analfabeto como o José de excelência”.
“Calado, cão fascista!”.
“Hum, já aprendemos o que é fascismo”.
“Parem com isso! Não percam o foco!”.
“Não somos seus atores, Ramiro, pare de dirigir a cena”.
“Idiota, sou músico, não diretor, uma coisa não tem nada a ver com a outra”.
“São todos artistas! Não faz diferença”.
“Artista é o meu caralho!”.
“Palmas para o maior autor de jingles para partidos políticos do Brasil”.
“Vá se foder!”.
“Calma, vocês dois!”.
“Não se mete, José”.
“Não maltrate o seu irmão mais pobre, Ramiro”.
“A paciência acabou, Teodoro! Segura a onda senão o tempo vai fechar”.
“Vem”.
Surpresa!, José, mão firme, movimento rápido, arma contra a cabeça, plec, nada!, olhares estupefatos diante dele.
“Acesso, você quer! Pela ordem, irmãos excelências bichonas!”.
O silêncio concorda com o mar.
“Comecei”.
“Estava na minha vez, José. Além disso, era para dizer a frase antes de apertar o gatilho”.
“Perdeu, playboy! Esse é o meu jeito, Ramiro”.
Teodoro reprime o espanto, Ramiro se questiona quieto, José só encara.
“Será que agora seguimos na moral?”.
Teodoro e Ramiro se intimidam pela primeira vez com o irmão marginalizado cuja existência ao contrário das dos outros dois foi marcada pela falta de oportunidades de acesso.
“Acesso, você quer! Pela ordem, irmãos-excelências!”.
Ramiro, arma, cabeça, plec!, nada!
“Acesso, você quer! Pela ordem, irmãos-excelências! Que babaquice esse protocolo!”.
Teodoro, arma, sorriso, plec!, “já disse que vou vencer essa parada”.

Continua já, já...


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Cinemateca do Rafa (3)

- Assassinos por natureza (Natural Born killers)
Direção – Oliver Stone (1994)
História – Quentin Tarantino

O casal romântico de assassinos em série Mickey e Mallory Knox, interpretados por Woody Harrelson e a Juliette Lewis, sing, honey, sing, é envolvente até a medula, o jogo cênico que beira a esquizofrenia ou a psicose dos personagens de Robert Downey Jr., Tommy Lee Jones e Tom Sizemore é pura nitroglicerina sensorial, a trilha sonora é do caralho, do caralho mesmo!, mas o que dá tesão para valer é a linguagem frenética, videoclipada, entra urso polar da Coca-cola, colorida, escarrada, sitcomizada, som de risadas!, alucinógena, épica (adjetivada ao extremo), som de dois disparos, com que os roteiristas David Veloz, Richard Rutowski e o próprio Oliver Stone contam a história de amor de duas pessoas muito egoístas e sem perspectivas além da de devorar a carne alheia.

- Zelig
Direção – Woody Allen

Imagine um documentário sobre um personagem fictício cuja principal característica é ser um adesista, à semelhança de um camaleão, alguém que se torna aquilo que o meio exige para que o indivíduo não se destaque dos outros em hipótese alguma, alguém com poderes sobrehumanos para se tornar parte dos contextos sociais sejam quais forem, alguém que se tornaria objeto de estudo para os maiores psiquiatras e neurologistas. Imaginou? Foi mal, mas não chega nem perto da obra-prima com que o magricelo brindou o mundo depois de três anos investindo nessa criação! Tudo com uma ironia muito bem temperada, em preto e branco, com um jazzinhos show do bola agitando toda a parada. Que linguagem é essa com que falo com você? Estou, qual Zelig, adaptando-me à Internet! Tc de onde? Kdvc? Como vc tá vestida?, ho, ho, ho, hi, hi, hi, ha, ha, ha, ;)


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Futebolé (3)

- Se o Flamengo não ganhar o campeonato carioca de 2009 não vai ter jeito, o senhor Ótico, Cuca Ótico, treinador da urubuzada, vai se converter ao Islamismo e adotar o nome Ganhanada Khomeningem!
- Por falar em falta de sorte, será que depois de contratar o Leandro Amaral de novo o Fluminense também pensa em investir em Odvan para cuidar do tornozelo do atacante sortudo como o Rubinho Barrichello?
- O pessoal tem cantado em São Paulo: “Ei, você ai, avisa pro Ronaldo que o Acosta é travesti”.
- O Vasco já assusta em 2009, se não conseguir montar um bom time, com as chegadas de Léo Lima e Carlos Alberto já dá para pensar em formar um grupo de pagode. A mulherada vai voltar a gostar do Vasco! Mesmo assim, o sentimento não pode parar!
- Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Beckham, Inzaghi e Alexandre Pato seriam os Rossonerostreet boys no Milan?
- Se em 2009 o São Paulo for campeão brasileiro de futebol de novo, um piloto brasileiro for vice na Fórmula-1 de novo, um ginasta começar a chorar desesperado porque caiu de novo e um queniano for o vencedor da corrida de São Silvestre de novo, eu vou me especializar em sumô ou em pesca submarina em 2010!


Reprise

Sim, o Vasco caiu, mas quem estava meio morto, meio adormecido, anestesiado ao extremo, agora vai despertar na porrada, voltar a ser grande de maneira épica.
Desde que eu comecei a acompanhar futebol, molecote curioso, em 1987, nenhum outro clube carioca conquistou tantos títulos quanto o Vasco, portanto não me venham encher o saco!, 1 libertadores (1998), 3 brasileiros (1989), Sorato pra cima do São Paulo no Morumbi, Sorato, Sorato! (1997), Edmundo, assassino de urubu, naquele ano foram várias goleadas pra cima deles (2000), Romário, Juninho Pernambucano, Juninho Paulista e companhia, 1 Mercosul (2000) na maior virada da história de qualquer partida final, contra o Palmeiras no Parque Antártica, perdendo o primeiro tempo de 3x0 virou para 4x3 no segundo, 7 cariocas (1987-1988), os flamenguistas lembram do Cocada?, o lateral que entrou aos 42 minutos do segundo tempo quando estava 0x0, fez um golaço aos 44, arrumou confusão e foi expulso aos 45!, o tricampeonato (1992-1993-1994), tri, tri, o Vasco é tri, tererê, (também 1998/2003), 1 Rio-São Paulo (1999), então quem quiser tentar diminuir a grandeza desse clube, mutilado na era Jabba the eurico, pense duas vezes!

O sentimento não pode parar!



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Atlas Punk (1)

- Contra o massacre da população palestina por parte de Israel! Contra qualquer forma de xenofobia e de crime contra a humanidade! Chega de Rambos, Bushes, Saddams e Bin Ladens! Só existem porque centenas de babacas sem vontade própria ficam lhes lambendo os sacos.
- Por falar em Rambo, Silvester Stallone em visita recente ao Brasil estava a cara da Mrs. Doubtfire de Robin Willians em Uma babá quase perfeita!
- De olho nas novas administrações municipais!, ok?, em quem você votou mesmo?
- Obamis nas Alturis, será que o pessoal nesse planeta não se cansa de eleger novos messias? É simbólico e bonito para humanidade que um presidente negro seja eleito em um cenário de tanta intolerância, mas a herança do novo mandachuva americano é a mais maldita que uma nova equipe de governo já recebeu em décadas!
- A Rússia não quer mais permitir o fornecimento de gás para a Europa? Desse jeito vão invadir a Chechênia deles!
- Quem quer brincar de Conselho de Segurança da ONU? Basta sentar e chorar.
- E essa crise? Daqui a pouco vão querer que a gente volte a ler livros!
(Sarcasmômetro no vermelho, desligar!).



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Aventura fantástica (2)

A Harmonia do Pentagrama, as cinco classes dos magos da Terra do Povo


O Ritual Orgíaco de Criação Divina estabeleceu a reunião das benções da natureza, representadas pelos cinco magos e pelas cinco magas da Harmonia do Pentagrama. Os dez seres de mãos dadas que formavam o Círculo da Vida perceberam que o objetivo fora alcançado. Ao centro da figura geométrica criada pelo posicionamento dos corpos, uma minúscula partícula de luz se formou. A centelha desenvolvera um processo próprio de evolução e crescia com rapidez. Após momentos de espera, a pequenina luz havia se transformado em uma magnífica aurora boreal que já não cabia no Círculo da Vida e ultrapassava a barreira dos magos de mãos dadas, envolvendo-os em luz e erguendo-os no ar a poucos centímetros do solo. Uma fenomenal explosão de luzes e de cores se sucedeu, arremessando os magos ao chão e realizando uma breve tempestade de sementes de luz sobre a terra. A cerimônia estava completa. No momento em que os primeiros raios luminosos anunciaram a chegada do Sol, os dez magos presenciaram com júbilo o surgimento e o despertar dos primeiros nativos miscigenados. Diante dos representantes da Harmonia do Pentagrama, encontrava-se uma bela mulher grávida nua de cabelos negros lisos, de olhos faiscantes e de pele azulada que segurava em seu colo uma criança recém-nascida. Ao seu lado, cinco crianças desnudas semelhantes a ela brincavam como se a vida não lhes fosse uma novidade. Os astros haviam decidido que os nativos miscigenados governariam a Terra do Povo. Os magos sorriram diante da deslumbrante visão divina em forma terrestre, o amanhecer da Grande Mãe e de seus herdeiros.
Gerações sucederam umas às outras por séculos. As primeiras comitivas ciganas chegaram à Terra do Povo e com o passar dos anos o povo nômade se tornou parte da paisagem da região...

Continua...

...Veja Simpsons, leia Nietzsche, ouça Beatles, faça amor, que 2009 seja felizmente fora do comum, volte sempre ao Fantástico mundo do Rafa! No war! ...

...Enquanto isso em Pessoinhas ...























Parte 1 de 4 - Acesso, você quer, você quer, você quer (A farra dos trigêmeos sociais)

De Rafa Lima 

Os trigêmeos sociais, Teodoro Armstrong, Ramiro Dubois e José da Silva Neto!, “chegou a hora que todos esperavam, meus irmãos”, Na real 3GS, três revólveres sobre a mesa, seis espaços para projéteis em cada tambor, apenas um preenchido em cada, 18 alternativas, se fossem até o fim, mas preferiram parcelar as vidas com o tempo, roleta russa fraternal para comemorar o triplo aniversário, 33 anos, oh, meu Cristo, “meus parabéns, irmão”, sarcástico, “meus parabéns, irmão”, irônico, “meus parabéns, irmão”, provocador, quarta vez consecutiva em que celebram a data de nascimento com catarse coletiva pré-suicida. Sim, sim, sim, trigêmeos de sangue, veja, são idênticos nos traços físicos, embora discrepantes nos adornos culturais sobre o corpo, ho, ho, ho, hi, hi, hi, ha, ha, ha, antes fossem essas as únicas diferenças!, mas os conflitos são ainda mais belicosos nas mentes, com a visão que carregam dos irmãos, com as cristalizações preconceituosas a que se acostumaram contra o próprio DNA, com a arrogância opressiva da luta de classes, urge que se mostrem as diferenças, mas não deixam, pois não querem se parecer uns com os outros, querem parecer e, quem sabe?, ser melhores (para o mundo e para si mesmos), Na real 3GS, o reencontro dos trigêmeos sociais separados na maternidade e criados como filhos únicos de famílias de classes díspares em conteúdo intelectual e ideológico, interesses, dinheiro, objetivos, expectativas, capacidade de reinvenção no mundo e mais e mais e mais, representa a contento o conflito de humanidade para a competição, ser humano é competir?, “tão conservador com a segurança da própria casa, tão casualista com o destino do planeta”, com que fundamentamos nossas cidades, estados e países, embate histórico intensificado no Século 21, “é meu, é meu, é meu, me dá, me dá, me dá, chega para lá que aqui não tem mais lugar, sabe onde tem água?”, primatas precoces com muito desejo e medo e solidão e melhor você e eu juntinhos, menina, e comida pouca meu prato primeiro e tira o olho da minha mulher, ou esse homem é meu!, que delícia!, só melhora! Projeto Na real 3GS! No primeiro ano, os trigêmeos sociais, deparados com a estranheza de não mais se sentirem únicos, viram-se reproduzidos de maneira ofensiva naquilo que sempre rejeitaram!, logo, a idéia da roleta russa pareceu sob medida, mãos trêmulas, trêmulas, trêmulas, cada um disparou contra a própria cabeça uma vez, plec, plec, plec, não houve tiro, frustaram-se, então, combinaram que ano a ano os remanescentes acrescentariam mais uma tentativa, “sabe como é, para dar mais graça”, “elevar o nível da aposta”, “que mania de apostar em tudo! Normalmente, eu ficaria de fora, mas que se dane!”, plec, plec, plec, nada!, segunda rodada, plec, plec, plec, “que merda! Mais um ano de espera! A não ser que...”, “a não ser que nada, no ano que vem a gente se encontra de novo”, “vamos respeitar o combinado”, o tempo é um tubarão, ataca por hábito, mas os trigêmeos sociais chegaram ao terceiro ano, plec, plec, plec, nada!, segunda rodada, plec, plec, plec, “parece que não querem mais separar a gente”, “falou o grande visionário”, “cala a boca e segue”, terceira rodada, plec, plec, “espera, estou sentindo que é agora na sua arma!”, plec!, “que porra! Jurava por Deus que você estava morto”, “eu jurava por você que Deus estava morto”, “mais respeito!”, até hoje, quarto ano, “é hoje o dia da alegria!”, doze chances de explodir a cachola diante dos irmãos, Na real 3GS! 

Continua já, já...


Cinemateca do Rafa (2) 

Tudo sobre minha mãe (Todo sobre mi madre)

Direção – Pedro Almodóvar (1999)

Tem que ser muito macho para ser uma mulher do Almodóvar! Se hoje em dia o cineasta espanhol é conhecido no mundo todo pelos filmes mais recentes que misturam uma sensibilidade fora do comum com um tempo de comédia delicioso, é aqui que ele faz a ponte entre as comédias piradas e os filmes gays com as produções de maior sucesso, com um elenco e tanto, Cecila Roth, Penélope Cruz, Marisa Paredes, é uma declaração de amor às mulheres, tão contraditórias, apaixonantes e psicóticas, mas sobretudo é uma homenagem comovente nada, nada piegas àquela que carregou você na barriga por tanto tempo e de alguma forma ainda carrega. Se você um dia sonhou em ser escritor também vai ter surpresas. Que rico!

Luv ya, mama!

 

Era uma vez no oeste (Once upon a time in the west)

Direção – Sergio Leone (1968)

Nunca gostou de faroeste? Acha que o gênero se resume a bang bang de mocinho contra bandido? Essa obra prima do cinema prova o contrário, uma trama psicológica intensa com personagens complexos, onde não se sabe bem quem é bom ou mau, todos são muito humanos, ou seja, com fome da carne alheia, de se sobrepor, de devorar o cotidiano, sem falar na força do personagem feminino num mundo supostamente feito para homens, sujeitos que moldam o imaginário popular a respeito da construção da civilização na área mais mitológica dos Estados Unidos! Que filmaço, se você não viu, está perdendo tempo! A cena de abertura é a mais sacana da história, garanto.

 

Futebolé (2) 

Sim, o Vasco caiu, mas quem estava meio morto, meio adormecido, anestesiado ao extremo, agora vai despertar na porrada, voltar a ser grande de maneira épica. O gigante não passa a medir menos porque tomou um tombo.

Desde que eu comecei a acompanhar futebol, molecote curioso, em 1987, nenhum outro clube carioca conquistou tantos títulos quanto o Vasco, portanto não me venham encher o saco!, 1 libertadores (1998), 3 brasileiros (1989), Sorato pra cima do São Paulo no Morumbi, Sorato, Sorato!, (1997), Edmundo, assassino de urubu, naquele ano foram várias goleadas pra cima deles, (2000), Romário, Juninho Pernambucano, Juninho Paulista e companhia, 1 Mercosul (2000), na maior virada da história de qualquer partida final, contra o Palmeiras no Parque Antártica, perdendo o primeiro tempo de 3x0 virou para 4x3 no segundo, 7 cariocas (1987-1988), os flamenguistas lembram do Cocada?, o lateral que entrou aos 42 minutos do segundo tempo quando estava 0x0, fez um golaço aos 44, arrumou confusão e foi expulso aos 45!, o tricampeonato (1992-1993-1994), tri, tri, o Vasco é tri, tererê, (também 1998/2003), 1 Rio-São Paulo (1999), então quem quiser tentar diminuir a grandeza desse clube, mutilado na era Jabba the eurico, pense duas vezes!

 

O sentimento não pode parar!

 

Veja Simpsons, leia Nietzsche, ouça Beatles, faça amor, que 2009 seja felizmente fora do comum, volte sempre ao Fantástico mundo do Rafa! No war!

 

Aventura fantástica (1)

A Harmonia do Pentagrama, as cinco classes dos magos da Terra do Povo 

Os magos eram fenômenos da natureza que assumiram a forma humana com o propósito de criar uma nova raça. Antes de sua chegada havia apenas a majestade do planeta em estado primitivo com seres vivos em primários estágios de evolução. Quando pela primeira vez os Representantes da Criação usaram o corpo físico do animal racional, haviam sido transcorridas as iniciais horas dos raios de Sol e do brilho da Lua sobre a Terra, da transparência das ondas dos mares, do calor das dunas dos desertos, da grandiosidade imóvel das montanhas, da metamorfose de cores e de formas sobre o céu e do vagar silencioso da escuridão. A infância do mundo chegara ao fim. Era necessário um novo encontro dos elementos da natureza.

A Harmonia do Pentagrama fora formada por cinco classes, os Magos das Águas, os Magos do Fogo, os Magos da Terra, os Magos do Ar e os Magos do Vazio. Cada classe enviara dois representantes, um masculino e um feminino, para o Ritual Orgíaco de Criação Divina que ofereceu o Direito da Existência à nova espécie. Cinco magos e cinco magas de mãos dadas formaram o Círculo da Vida. Era noite de Lua cheia, e a cerimônia mágica durou até o despertar do Sol.

Os Magos das Águas enviaram Tuuzunuur, que significa no idioma da criação do mundo alma do oceano, e Luuqubuur, com o significado beleza das ondas. Os dois magos eram de estatura grandiosa e vestiam longos mantos brancos. A textura da pele era líquida de aparência translúcida, e os cabelos ostentavam longos cachos azuis.

Os Magos do Fogo foram representados por Dowoko, que tem o sentido de caminhos iluminados, e Sogmodo, que quer dizer olhos em chamas. Os dois magos eram de estatura baixa, mas emanavam ao redor dos corpos uma luminescência solar. Trajavam uma longa veste amarela que lhes cobria a pele dourada e os cabelos ruivos.

Os Magos da Terra enviados eram conhecidos como Gitinirnimi, que tem o significado fortaleza corporal, e Hidiniri, que traduz a expressão determinação da montanha. Os dois magos eram negros de rostos largos, olhos e cabelos escuros e pescoços musculosos. Vestiam trajes compridos cor-de-terra e caminhavam com passos pesados que ecoavam.

Os Magos do Ar se chamavam Reecemepe, que quer dizer frutos da fé, e Weeneqe, significando pensamento das árvores. Os dois magos tinham corpos bastante morenos que ressaltavam a magreza de suas formas. Os olhos e os cabelos eram incrivelmente negros e brilhavam como a noite. Cobriam-se com os trajes mais verdejantes que já se viu.

Os Magos do Vazio se fizeram presentes através de Qafpaar, que tem o sentido de morte pacífica, e Babnaat, que significa amor ancião. Os dois magos eram indivíduos albinos. Os corpos não apresentavam pigmento algum. Pareciam seres feitos de neve. Os rostos eram finos, as unhas compridas e os longos cabelos brancos atingiam o meio das costas. As vestes de cor preta eram as mais longas entre todos os magos.

O Ritual Orgíaco de Criação Divina estabeleceu a reunião das benções da natureza, representadas pelos cinco magos e pelas cinco magas da Harmonia do Pentagrama...

Continua...


Enquanto isso em Pessoinhas

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