De Rafa Lima
Existem obras de arte que de tão espetaculares ridicularizam e confundem o próprio autor.
Vossa excelência está puta da vida, perdão!, não puxe a corda, puto da vida!, puto da vida!, vossa excelência está puto da vida porque comi a vossa filha de dezesseis anos, mas deveria ouvir a opinião dela, é uma menina muito inteligente, ahhhh!, devagar, devagar, excelência, por favor!, eu entendo a vossa raiva, juro que entendo, eu não passo de um vagabundo eletrônico do século 21, um sem futuro, um sonhador, um criado-por-avó, alguém que jamais deveria ter chegado perto de Elizabeth, ahhhhhh!, por favor, excelência, peço clemência, não digo mais o nome dela, prometo, dessa boca imunda vossa excelência não ouvirá mais mácula qualquer sobre o símbolo maior do batismo cristão de vossa honrada filha, mas só estou cumprindo vossas ordens, deputado, pagando os meus pecados, eu também rezo, excelência, rezo com devoção, estou arrependido, como bom cristão estou arrependido, ahhhh!, que verdade, excelência, não puxe a corda de novo, excelência, ahhhh!, está bem, eu confesso, eu confesso, eu não me arrependi, sim, sim, faria tudo outra vez, como assim: “Por quê?”, excelência?, não, não sou idiota, excelência, só estou confuso, está bem, está bem, está bem, não puxe, não me arrependi porque a vossa filha é uma delícia, uma inteligência sentimental, e gosta muito da parada, é uma safadinha bem sagaz, excelência, ahhhhhhhhh!, por que fez isso?, não quero ofender, só estou fazendo o que mandou, dizendo a verdade!, ela, compreendo agora, ah, sim, compreendo o meu lugar no mundo, obrigado pelo corretivo, vossa filha é uma criatura angelical que foi enganada por mim, sim, compreendo, ela é apenas uma criança, uma menina que não deveria ter oferecido o cabacinho emocional à escória da humanidade, um bêbado, erotomaníaco, portanto, mulherengo e ainda por cima roqueiro, alguém que se atreve a descumprir as palavras do Papa, teria sido melhor ela guardar o seu amor para o casamento com um molecote de beleza incomparável, um sujeito que sabe esconder a inferioridade do macho perante a soberania feminina, ahhhhh!, não sou boiola, deputado, não sou!, mas também não sofro de homofobia, ah, ah, soberania feminina em termos de amor, quer dizer, de sentimento, essas balelas de mulher e de homens sensíveis, aí, sim, com o genro perfeito vossa excelência não teria motivo para se sentir traído, sim, vossa excelência merece um genro exemplar, que seja macho mas a trate como uma princesa, que a proteja, vossa filha nasceu para um marido amoroso e fiel que pense que o bom cinema se faz com grandiosos filmes de ação, ahhhh!, o que foi, excelência?, sim, deputado, eu vejo filmes-cabeça, sim, excelência, gosto de filmes que ninguém entende, ahhhhh!, não puxe mais, por favor, eu já gostei do Van Damme, eu já gostei do Van Damme, veja, estou chorando de verdade, sim, sim, agora compreendo a dor que causei, compreendo as razões que levaram vossa excelência a me deixar aqui nu sob vosso olhar que relampeja o desejo de vingança contra mim, compreendo as razões que levaram vossa excelência a me amarrar pendurado pelo pau ao galho dessa árvore, eu mereço, certo?, sou um enforcado moral, mas ainda me pergunto qual será a substância que vossa excelência mandou injetar em meu cacete para produzir tal ereção?, ahhhhhhh!, não, não faço mais perguntas, prometo...
Continua
O sentimento não pode parar!
O futebol carioca precisa se unir, reestruturar, retomar a sua força, é uma pena que Botafogo e Fluminense estejam nessa situação e que o Vasco tenha tido que tombar para lembrar que é gigante. O Flamengo se orgulha em ser o menos pior? É o bastante? Lembrem da história desses clubes! Associem-se, votem e pressionem as diretorias. Cariocas, uni-vos!
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Veja filmes de Charlie Chaplin, leia José Saramago, ouça The Gossip, faça sexo com cuidados básicos, volte sempre ao Fantástico mundo do Rafa!
Existem obras de arte que de tão espetaculares ridicularizam e confundem o próprio autor.
Vossa excelência está puta da vida, perdão!, não puxe a corda, puto da vida!, puto da vida!, vossa excelência está puto da vida porque comi a vossa filha de dezesseis anos, mas deveria ouvir a opinião dela, é uma menina muito inteligente, ahhhh!, devagar, devagar, excelência, por favor!, eu entendo a vossa raiva, juro que entendo, eu não passo de um vagabundo eletrônico do século 21, um sem futuro, um sonhador, um criado-por-avó, alguém que jamais deveria ter chegado perto de Elizabeth, ahhhhhh!, por favor, excelência, peço clemência, não digo mais o nome dela, prometo, dessa boca imunda vossa excelência não ouvirá mais mácula qualquer sobre o símbolo maior do batismo cristão de vossa honrada filha, mas só estou cumprindo vossas ordens, deputado, pagando os meus pecados, eu também rezo, excelência, rezo com devoção, estou arrependido, como bom cristão estou arrependido, ahhhh!, que verdade, excelência, não puxe a corda de novo, excelência, ahhhh!, está bem, eu confesso, eu confesso, eu não me arrependi, sim, sim, faria tudo outra vez, como assim: “Por quê?”, excelência?, não, não sou idiota, excelência, só estou confuso, está bem, está bem, está bem, não puxe, não me arrependi porque a vossa filha é uma delícia, uma inteligência sentimental, e gosta muito da parada, é uma safadinha bem sagaz, excelência, ahhhhhhhhh!, por que fez isso?, não quero ofender, só estou fazendo o que mandou, dizendo a verdade!, ela, compreendo agora, ah, sim, compreendo o meu lugar no mundo, obrigado pelo corretivo, vossa filha é uma criatura angelical que foi enganada por mim, sim, compreendo, ela é apenas uma criança, uma menina que não deveria ter oferecido o cabacinho emocional à escória da humanidade, um bêbado, erotomaníaco, portanto, mulherengo e ainda por cima roqueiro, alguém que se atreve a descumprir as palavras do Papa, teria sido melhor ela guardar o seu amor para o casamento com um molecote de beleza incomparável, um sujeito que sabe esconder a inferioridade do macho perante a soberania feminina, ahhhhh!, não sou boiola, deputado, não sou!, mas também não sofro de homofobia, ah, ah, soberania feminina em termos de amor, quer dizer, de sentimento, essas balelas de mulher e de homens sensíveis, aí, sim, com o genro perfeito vossa excelência não teria motivo para se sentir traído, sim, vossa excelência merece um genro exemplar, que seja macho mas a trate como uma princesa, que a proteja, vossa filha nasceu para um marido amoroso e fiel que pense que o bom cinema se faz com grandiosos filmes de ação, ahhhh!, o que foi, excelência?, sim, deputado, eu vejo filmes-cabeça, sim, excelência, gosto de filmes que ninguém entende, ahhhhh!, não puxe mais, por favor, eu já gostei do Van Damme, eu já gostei do Van Damme, veja, estou chorando de verdade, sim, sim, agora compreendo a dor que causei, compreendo as razões que levaram vossa excelência a me deixar aqui nu sob vosso olhar que relampeja o desejo de vingança contra mim, compreendo as razões que levaram vossa excelência a me amarrar pendurado pelo pau ao galho dessa árvore, eu mereço, certo?, sou um enforcado moral, mas ainda me pergunto qual será a substância que vossa excelência mandou injetar em meu cacete para produzir tal ereção?, ahhhhhhh!, não, não faço mais perguntas, prometo...
Continua
O sentimento não pode parar!
O futebol carioca precisa se unir, reestruturar, retomar a sua força, é uma pena que Botafogo e Fluminense estejam nessa situação e que o Vasco tenha tido que tombar para lembrar que é gigante. O Flamengo se orgulha em ser o menos pior? É o bastante? Lembrem da história desses clubes! Associem-se, votem e pressionem as diretorias. Cariocas, uni-vos!
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5 comentários:
Seu maluco, adorei a continuação de O PRÊMIO, quero ver onde vai dar, hahaha, vc é muito bom!
Eu adorei O prêmio, só quero ver o que você vai aprontar com o premiado. Provavelmente algo fora do comum. Show! Beijo.
Muitas coisas boas que extrai da sua criatividade. Eu me amarro em ler os seus textos!
O PRÊMIO seguido de O PREMIADO, continuação em contos? Show de bola. A linguagem também está muito veloz, você escreve a 120km/h, abraço!
Concordo com o Fernando, a linguagem está cada vez mais ágil e afiada.
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