De Rafa Lima
... sou um enforcado moral, mas ainda me pergunto qual será a substância que vossa excelência mandou injetar em meu cacete para produzir tal ereção?, ahhhhhhh!, não, não faço mais perguntas, prometo, veja, excelência, até agora os meus membros me agüentaram equilibrado sobre a grama e deitado de costas no ar, nunca fiz exercícios de ponte na vida, mas os braços e as pernas começaram a tremer, vou cair no chão em breve, excelência, e aí o que vai ser de mim?, por favor, meu padrinho, me perdoe, já tive dor suficiente, já aprendi a minha lição, a moral é sempre mais importante do que o desejo humano, a moral é o bem maior que precisa ser conservado, não importam os meios, ou seja, se for fazer algo que corrompa a moral social que faça bem feito, por favor, excelência, me liberte!, não enforque o meu pau!, eu não rompi o hímen dela, pode levá-la ao ginecologista para comprovar, não sangrou, deputado, não sangrou, de vez em quando acontece, chama-se hímen complacente, vossa filha ainda tem o direito de ser uma noiva consagrada, como não se interessa por detalhes clínicos?, me liberte, não, excelência, não sei o que é isso, laranja?, nunca ouvi falar, laranja?, só conheço a fruta, não estou familiarizado com o termo, onde estão?, claro que eu gostaria de ser o vosso sócio, excelência, sempre confiei em vossa excelência, meu padrinho, onde estão os papéis?, deixe-me ver, me solte e fazemos negócio, ahhh!, está bem, me dê aqui, só me deixe ler por um instante, ahhhh!, está bem, eu assino, mande o vosso segurança me ajudar, preciso de apoio para escrever, ah, ah, ah, ahhh!, fique parado!, fique parado!, ah, ah, pronto, excelência, aqui estão os papéis, aqui estão os papéis, ah, que alívio, ah, ah, que alívio, sim, estou ciente de que tenho que manter segredo, sim, bico calado, senão estou morto, é claro, é claro, sim, eu paro de repetir tudo o que vossa excelência está dizendo, obrigado, deputado, obrigado, não vai se arrepender, meu padrinho, não vai se arrepender.
Surge na tela do aparelho de televisão do quarto de hotel a inscrição Ensaio perverso sobre o tédio ao som de um samba pré-histórico e delicioso. Heleno Fontenelle desperta de um sono inquieto e percebe os créditos iniciais do filme de própria autoria e direção.
“Acordou, melhor diretor do país?”, questiona a garota.
“O quê? Quem é você?”, ele pensa em ato imediato, mas logo retoma o controle da memória e reconhece a mulher ruiva só de calcinha, de seios estrábicos e desejáveis, que sorri para o diretor em sinal de respeito como se esperasse do homem descabelado um ato de genialidade a qualquer momento.
“Não vai dormir, Fernanda? Pensei que estivesse cansada da premiação, da festa, de todo aquele circo”.
Continua...
O sentimento não pode parar!
O futebol carioca precisa se unir, reestruturar, retomar a sua força, é uma pena que Botafogo e Fluminense estejam nessa situação e que o Vasco tenha tido que tombar para lembrar que é gigante. O Flamengo se orgulha em ser o menos pior? É o bastante? Lembrem da história desses clubes! Associem-se, votem e pressionem as diretorias. Cariocas, uni-vos!
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Veja Californication, leia Homero, ouça Sonic Youth, faça sexo com cuidados básicos, volte sempre ao Fantástico mundo do Rafa!
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“Acordou, melhor diretor do país?”, questiona a garota.
“O quê? Quem é você?”, ele pensa em ato imediato, mas logo retoma o controle da memória e reconhece a mulher ruiva só de calcinha, de seios estrábicos e desejáveis, que sorri para o diretor em sinal de respeito como se esperasse do homem descabelado um ato de genialidade a qualquer momento.
“Não vai dormir, Fernanda? Pensei que estivesse cansada da premiação, da festa, de todo aquele circo”.
Continua...
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